segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Sem Palavras



Saber o que és, dizer o teu corpo, ouvir-te num breve instante, dizer o que é amor sem o dizer, tirar de mim um poema que te cante;
e ver passar-te por entre os dedos o fio de luz que prende os teus olhos, e vê-lo enrolar-se em segredos quando a tua voz o apaga e acende;
tocar-te os lábios num fim de verso, ver-te hesitar entre sorriso e mágoa, perguntar se o teu rosto tem reverso,
e ter nele uma transparência de água:
é o que vejo em ti no cair de véu em que me dás a terra que vale o céu.
Nuno Júdice

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