Não interessa se falho na tarefa,
ao fim e ao cabo o imutável sempre
continuará imutável, e nada
somo ou tiro. A lua estará quieta
despertando-me sempre. Enquanto as margens
continuarão rasgadas pelo mar.
O sol continuará esse implacável
assombro. Sempre haverá uma aranha
a vomitar cristal e seda juntos.
Sempre haverá névoa. E continuará
a feroz ternura das tuas mãos.
Amalia Bautista
(trad. Inês Dias)