terça-feira, 13 de outubro de 2015




Julgava que te tinha dito adeus, 
um adeus contundente, ao deitar-me, 
quando pude por fim fechar os olhos, 
esquecer-me de ti, dessas argúcias, 
dessa tua insistência, teu mau génio,
 tua capacidade de anular-me. 
Julgava que te tinha dito adeus
 de todo e para sempre, mas acordo, 
encontro-te de novo junto a mim,
 dentro de mim, rodeias-me, a meu lado, 
invades-me, afogas-me, diante 
dos meus olhos, em frente à minha vida, 
por sob a minha sombra, nas entranhas, 
em cada golpe do meu sangue, entras
 por meu nariz quando respiro, vês 
pelas minhas pupilas, lanças fogo
 nas palavras que minha boca diz.
 E agora que faço?, como posso
 desterrar-te de mim ou adaptar-me
 a conviver contigo? Principie-se
 por demonstrar maneiras impecáveis.
 Bom dia, tristeza 






 Amalia Bautista