segunda-feira, 18 de abril de 2016




Alguma coisa onde tu parada
 fosses depois das lágrimas uma ilha, 
e eu chegasse para dizer-te adeus
 de repente na curva duma estrada

 alguma coisa onde a tua mão 
escrevesse cartas para chover
 e eu partisse a fumar
 e o fumo fosse para se ler

 alguma coisa onde tu ao norte
 beijasses nos olhos os navios 
e eu rasgasse o teu retrato 
para vê-lo passar na direcção dos rios

 alguma coisa onde tu corresses
 numa rua com portas para o mar
 e eu morresse
 para ouvir-te sonhar 








 António José Forte