sábado, 5 de novembro de 2016




Não diga que gosta de mim 
não quero que me gostem
 assim, com a mornidão das novelas de televisão
 eu quero é ser adorada
 com a obsessão dos cultos religiosos
quero o desespero dos homens
 o choro, o joelho carcomido no asfalto
 a lágrima 
o escândalo dos amantes na via pública
 eu quero o estrago, não menos  
que o gasto
 eu gosto é da paixão doída
 e doida dos exagerados
 enamorados patológicos 
o brilho no olho do viciado 
o atentado ao pudor
 nem mais nem menos
 que a falta de ar
 que a beira da morte 






 Ana Farrah Baunilha